quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ator cria personagem para promover espetáculos teatrais em escolas

Crédito: ArtesUrbanas.com

Em um dos locais mais democráticos de Florianópolis, a Lagoa da Conceição, uma figura extravagante aborda todos que passam. Com balões na cabeça, maquiagem gritante e roupas coloridas, a personagem Augusta Bombada faz um micro stand-up nos estabelecimentos do bairro. Nas apresentações de rua, alega estar em busca de arrecadações para o projeto social que desenvolve em centros de ensino.


Quem dá vida à personagem, é Eduardo Esquilante. Original de São Paulo, mudou-se para à Bahia, onde estudou artes cênicas na Universidade Federal da Bahia. Em Florianópolis há 10 anos, ele dirige peças teatrais em escolas públicas e privadas. 

Sob posse de um álbum cheio de fotos, o artista arrecada colaborações para subsidiar os custos dos espetáculos, que objetivam levar cultura ás crianças. As atividades nas escolas duram cinco dias e envolvem o ensino das músicas aos pequenos, juntamente com ensaios nas turmas. Os musicais de Chico Buarque de Holanda, como Saltimbancos, são os enredos escolhidos. 

Mas estas atividades não são gratuitas. Cada criança paga R$ 5 para participar da semana de oficinas. Apesar disso, quem não puder pagar não é privado da apresentação de teatro. "A relação geralmente é de 70% pagantes, para 30% de não pagantes. Eu não consigo negar às crianças a chance de ver a peça", diz o ator. 

Crédito: ArtesUrbanas.com

Eduardo afirma que precisa do valor dos ingressos, devido aos custos do trabalho que desenvolve. Para cada apresentação contrata até quatro atores. Gasta ainda com maquiagens, roupas e deslocamento. 

Apesar disso, recebe o auxílio de alguns voluntários. A última peça que executou, no Instituto Estadual de Educação, na semana de 6 a 10 de maio, teve 1500 crianças participando.

A personagem Augusta Bombada, surgiu para complementar a renda e os recursos desta pequena companhia. Mas o dinheiro obtido não parece motivar Eduardo. Ele reclama que na maioria das vezes recebe moedas, como se fossem esmolas para o seu trabalho. "As pessoas em geral tinham de ser mais educadas culturalmente. Deveriam pagar devidamente pelo trabalho que apresento, afinal eu sou um ator, não estou mendigando centavos", argumenta. 

Carregando mais de R$ 100 adquiridos do dia de trabalho, Eduardo afirma que não depende desta "sub-renda" para viver. Segundo ele, sua mãe é bastante generosa e além de custear sua estada na cidade, recentemente o presenteou com um carro 0km. Além disso, conta com a solidariedade dos amigos, desde a moradia, ao apoio em seus projetos. 


Contatos: (48) 8836-2610 ou 9815-0322

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