domingo, 23 de junho de 2013

As reflexões que a convivência com a rua trouxeram

Crédito: ArtesUrbanas.com

Ao encontrar com os artistas nas ruas, sinaleiras e praças de Florianópolis, muitos não costumam pensar sobre como é a vida destes. Quais os riscos, a rotina, a renda e as alegrias daqueles que fazem da rua um palco a céu aberto? São questionamentos como estes, que motivaram a criação deste blog jornalístico, o Artes Urbanas.

Duas vezes por semana, durante três meses, foram apresentadas aos moradores, turistas e demais frequentadores de Florianópolis, matérias sobre as expressões culturais que acontecem no município, bem como as políticas públicas, leis e contextos que a envolvem. E com os mais variados perfis, cada um dos 28 entrevistados foi dividindo sua história e despindo as incógnitas que pairam sobre suas figuras. 


Diante de tantos pré-conceitos, paradigmas e desigualdades sociais, nos vimos diante de histórias com outras visões de mundo. Os personagens retratados pelo blog e encontrados nas ruas de Florianópolis, têm suas diferenças, mas muito em comum.

As diferenças são apresentadas por exemplo na origem. Dos 23 artistas apresentados no Artes Urbanas, três eram uruguaios, quatro chilenos, dois argentinos e 14 brasileiros. Destes 18 são residentes em Florianópolis e cinco estavam apenas de passagem, trabalhando para custear seu deslocamento. Mas um item foi comum, não encontramos nenhuma mulher se apresentando sozinha nas ruas, estavam sempre acompanhadas do parceiro ou de amigos.



Jaqueline Santos e Samuel Araújo. Crédito: ArtesUrbanas.com

Já o motivo para atuar nos espaços urbanos variam. Pais de família, como Bacumim (e a esposa), Baiano e José Reinaldo, que não encontraram outra maneira de dar à seus filhos um futuro, mas tem nos palcos a céu aberto uma oportunidade de trabalho. Outros aproveitaram essa chance para profissionalizar-se e abrir a própria empresa, como Patricio Andes, o Pato

Jaqueline Santos e André Valmor, Crédito: ArtesUrbanas.com
Juliane Corrêa e Sergio Machado. Crédito: ArtesUrbanas.com
Enquanto uns vão ao espaço urbano tirar seu sustento (Jonas, Samuel, Gabriel Torres, etc), outros vão por prazer, para jogar capoeira e ou ambientar-se, como a Cia. Vanguarda. Há os que buscam visibilidade, como João Vejam, Rizo, e os demais grafiteiros

Jaqueline Santos em entrevista com grafiteiros. Crédito: ArtesUrbanas.com
As vias urbanas também dão a oportunidade para viver um grande amor. Este é o caso de Maria e Mauri, Gonzalo e Francisca e André Pires, que mudou de país e profissão para casar. Ir atrás de sonhos, como viajar e conhecer novas culturas, também é recorrente e trouxe a Florianópolis, Gabriel, o casal de chilenos acima e Mateus.

Há ainda, a busca é por um porto seguro, por mais ambíguo que possa parecer . Porém José, que não encontrou na família o pilar para uma vida regrada, porém tem na rua a experiência necessária para sobreviver. 

Juliane Corrêa e Jaime Ollivet. Crédito: ArtesUrbanas.com
Por fim, como jornalistas, ir às ruas foi uma oportunidade de perder os medos. O receio de abordar e conversar com pessoas, do desconhecido, da hostilidade, eram compensados a cada história descoberta. A sensação única, do friozinho na barriga desaparecendo perante os resultados alcançados a cada postagem do blog.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Grafiteiros de Florianópolis tornam-se referência internacional


Crédito: Rodrigo Rizo
O grafite, é considerado a evolução da pichação, não apenas em questão da contravenção, como também nas técnicas utilizadas para a pintura na parede. Os grafiteiros hoje são respeitados na maioria das vezes, tendo seus trabalhos reconhecidos e expostos em todo o mundo.


Em Florianópolis, também está presente em praticamente todos os bairros. Em entrevista para o ArtesUrbanas.com, dois artistas da cidade nos contaram um pouco da trajetória da pintura em fachadas, das dificuldades e expectativas para o futuro dessa expressão artística.

Rizo, famoso por seu camaleão, teve o primeiro contato com o Grafite há 12 anos, tendo como inspiração o mundo, as pessoas e tudo que o cerca diariamente. O cameleão, representa a metáfora, a adaptação não apenas do próprio Rizo, como também da pintura no ambiente.

Crédito: ArtesUrbanas.com
A arte de escrever em parede, ou em um suporte que não foi previsto para isso, é conhecido desde o tempo em que os homens viviam em cavernas, onde acredita-se que as pinturas rupestres eram usadas como forma de comunicação.

O grafite catarinense, já viajou por vários estados brasileiros e países da América Latina. João Vejam, que participou de vários eventos, como no Muro por la Paz no Chile, vê a arte urbana como qualquer expressão ou ação que se comunica com as pessoas.

João, tem o grafite como hobby, uma maneira de colocar para o público a sua visão de mundo, levar as pessoas a indagar-se sobre o que ele estava pensando no momento da pintura.

Já para Rizo, pode ser profissão nos dias de hoje. Ele tem seus trabalhos em paredes de casas, mostras de design, como Casa Cor Floripa 2013, no ambiente Café na Praça, além dos quadros a céu aberto.

Leia a entrevista com os artistas Rizo e João Vejam.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Grafite: "Se você acreditar com todas as suas células, você o torna real"

Crédito: ArtesUrbanas.com
Rodrigo Rizo, teve suas primeiras experiências há 12 anos, mas se considera grafiteiro há 7. A inspiração para suas obras de arte é buscada na vivência do dia a dia, nas pessoas que conhece, nas situações cotidianas." Minha inspiração vem da política, da cultura popular, os clichês, a publicidade e os conceitos já estabelecidos. Uso isso para fazer novas perguntas à velhas respostas" comenta. 
  
Artes Urbanas: Como foi o seu primeiro contato com essa arte? 

Rizo: Através da herança da skate art e da pichação, com as quais eu tinha contato. Sempre andei muito na rua, meu núcleo de amizades foi de pessoas que ocupavam a cidade, o grafite veio a partir dai.

O artista, vê arte urbana como toda forma de expressão que não se restringe a um espaço, é onde o suporte faz parte da obra. Mas nem sempre o grafite foi bem quisto na cidade. 

Artes Urbanas: Há 10 anos o grafite era visto como 'marginalização' em Florianópolis. Como foi essa transição de cultura e de pensamento da sociedade? 

Rizo: Foi bem difícil, era tudo muito limitador e excludente. Mas nenhuma mudança acontece sem esforço e persistência. Essa mudança não veio por uma luta exclusiva dos artistas de Floripa. É um momento vivido no mundo todo. A sociedade passou a compreender a real importância cultural, política e social do Grafite, quando viram nele uma voz que fala sem censura. Amanhecia e lá estava algo novo no trajeto fazendo você pensar. Ficou impossível ignorar e excluir, embora muitos ainda insistam. Hoje somos relativamente valorizados, pois somos parte da vida urbana e as pessoas apreciam isso.

A arte do Rizo, e seus camaleões, está em todos os pontos da cidade, apesar de comercializar seus trabalhos por outros meios, ele pinta algumas telas, mas não tem isso como foco profissional.  

Crédito: Arquivo Rizo
"As pessoas querem transportar o que elas veem na rua para dentro de suas casas, para chamar de seu. Elas querem o grafite na parede interna da residência. E é isso que eu faço. Sei que o mercado da arte é bem competitivo, e estou ligado a ele de certa forma. Existem excelentes artistas e bons espaços, comercializando essas obras. O principal problema que eu vejo, é que o consumidor ainda não compreendeu que investir em arte é um bom negócio. Mas isso são questões culturais mais profundas." declara Rizo.

Com a valorização da atividade, surgiu também o interesse por aprender sobre e como produzir os traços. Por isso, Rizo criou um curso para os interessados, que normalmente ocorre na Cor Galeria. Ele comenta que a procura é boa, e que a maioria das pessoas se aproximam por curiosidade ou para explorar outra técnica de pintura, poucos tornam-se grafiteiros de fato. Na sua visão, daqui há 10 anos existirão novos estilos, espaços e propostas. "O grafite é infinito.", relata. 


Crédito: ArtesUrbanas.com
Viver financeiramente desta arte é possível, mas extremamente difícil. "É como um sonho. Se você acreditar com todas as suas células, você o torna real.", define.

Rizo, já viajou para apresentar seus trabalhos e buscar um intercâmbio cultural, fator importante para evolução do artista. "Já fui a São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Chile e Peru. Sempre para exposições ou encontros internacionais." .


Arte Urbanas: O que diferencia o seu trabalho dos demais?

Rizo: Tenho uma identidade visual, que é o Camaleão. Uma figura que espalho por onde vou. Fora isso, acho que as mensagens que tento transmitir.

Artes Urbanas: Qual o simbolismo do camaleão?

Rizo: Representa a adaptação, é quase uma metáfora visual do que o grafite significa para mim. Pois ocupa os espaços que não foram previstos para abrigar uma arte, e precisa ajustar-se. Seja nas formas,  cores, luzes ou sombras, eu coloco isso no meu estilo e nas situações em que o camaleão aparece. 

Ele nunca parou para contar quanto gasta em média por mês para fazer seus trabalhos não pagos, mas relata que já teve problemas com a polícia no passado. "Diversas vezes somos levados até a delegacia, explicamos o que ocorreu e acaba ficando por isso, pois os delegados muitas vezes são mais preparados culturalmente para entender que não estamos depredando o patrimônio de ninguém e sim fazendo arte, com a intenção de renovar e melhorar o ambiente urbano.", conta Rodrigo.

Crédito: Arquivo Rizo
Artes Urbanas: Atualmente, ainda é perigoso grafitar em Florianópolis? Quais riscos você corre?

Rizo: Não sei se a palavra é perigo, mas sim, requer coragem. Os riscos são os mais diversos, os mesmos que qualquer cidadão corre. Ser atropelado, ser assaltado, ser confundido, ser preso... enfim. 

Artes Urbanas: Qual grafite que você já fez tem mais significado, ou você mais gosta?

Rizo: Normalmente é o último que fiz.  É um tipo de paixão, que permanece até que eu faça o próximo.

Artes Urbanas: Por fim, para você o que é grafite?

Rizo: Minha vida, meu amor, minha personalidade, identidade, visão, atitude, eterna busca e paz.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Quanto rende viver de arte de rua?

Crédito: ArtesUrbanas.com
Ao se deparar com os artistas nas ruas, sinaleiras e praças de Florianópolis, muitos não costumam pensar sobre quanto é a renda destes profissionais. De moedas em moedas, famílias chegam a ser sustentadas com os espetáculos urbanos. Mas de quanto exatamente estamos falando?

Por medo de serem assaltados, de repressões políticas ou até mesmo de perder a empatia de quem colabora, os artistas se recusaram, em todos os casos, a definir seus vencimentos. Mas há como aproximar-se destes valores.

A lógica é simples, basta fazer uma média entre o tempo trabalhado em um dia (aqui vamos ter por parâmetro 6h), multiplicado pelo que é ganho e deste cálculo multiplicar-se novamente pelos 30 dias de um mês. Por exemplo: Vamos supor que em uma hora um dos artistas ganhou R$ 10, o cálculo seria: R$ 10 x 6h = R$ 60 ao dia à R$ 60 x 30 dias = R$ 1800.

Claro, que esse cálculo é só uma base, pois os ganhos são variáveis e muitos exercem múltiplas atividades, como a participação de eventos ou venda de artesanatos, além de contarem com a ajuda financeira de pessoas próximas.

Os artistas


Vamos começar com o violinista, Yamandú Paz. Em um sábado, com 3 horas de trabalho ele ganhou R$ 5, o que resultaria em aproximadamente R$ 300 por mês, com as apresentações. 

Crédito: ArtesUrbanas.com
Já nas sinaleiras, o casal de chilenos Francisca e Gonzalo, nos aproximados 10 minutos em que os acompanhamos, arrecadaram R$ 2. Com este ritmo, poderiam faturar R$ 2160 ao mês. Bem mais que Gabriel Torres, com seus R$ 0,50 por hora, ele teria em 30 dias apenas R$ 90.

A segunda renda de Pato, se seguindo a média de R$ 2,50 a cada 15 minutos trabalhados, resultaria em R$ 1800. Ainda nos sinais, o casal Mariposa e Bacumim, reuniram em um dia R$ 16, rendendo R$ 480 à família.


Crédito: ArtesUrbanas.com
No centro da cidade, Baiano arrecada em 20 minutos de espetáculo R$ 15, somando altos R$ 8100! Muito diferente do Palhaço Piu-Piu, que nos mesmos 30 dias receberia R$ 180, com a venda de balões.

Outro ponto que parece lucrativo é a Lagoa da Conceição.  No bairro, Augusta Bombada dá ao ator Eduardo Esquilante, R$ 100 por dia e um "salário" de R$ 3000.

Estes valores, são apenas aproximações baseadas em um único dia de rendimentos. Mas assim, é possível entender a diferença entre a visão rentável, ou não, de cada artista sobre a sua profissão e como estas variações e imprevisibilidades os levam à outras atividades em busca de renda.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Jovem trabalha em empresa internacional, mas não abandona grafite


Crédito: ArtesUrbanas.com
João Vejam. É assim que prefere ser identificado o empresário que tem no grafite um hobby. Há 13 anos ele andava de skate e gostava de desenhar personagens de desenho animado, mas sua paixão são as letras estilizadas. "Quando vi na TV uns caras andando de skate e um grafiteiro pintando a rampa... dali em diante não parei mais de desenhar as letras do graffiti e buscar informação para entender o que era e como era feito." 

Tendo arte urbana como meio de comunicação com as pessoas, João busca inspiração na vida que leva e nos lugares por onde anda. Ao ser questionado quanto ao passado do grafite em Florianópolis, ele relata que ao longo do tempo de certa forma a própria mídia, publicidade, propaganda favoreceram na questão das pessoas assimilarem que o grafite é uma arte. 

"Hoje a linguagem grafite está inserida nas roupas, na capa de um caderno, nas propagandas e até mesmo na novela! É uma arte muito dinâmica que se comunica com as pessoas e o transeunte urbano. Em Floripa isso aconteceu de uma forma muito mais acelerada, a cidade tem poucos artistas e todos sabem a importância do diálogo e da postura a ser tomada quando há algum questionamento sobre "o que você esta fazendo ?". Mas o grande fator que contribuiu para que o graffiti fosse tratado como arte e desmarginalizado foi a presença nas mídias, ali ele ficou caracterizado na mente da sociedade como uma arte que veio para "superar" a pichação." declara João.


Crédito: ArtesUrbanas.com
João tem trabalhos em Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Chile, Peru, Paraguai, dentre outros lugares. "Geralmente viajo para participar de algum encontro de grafite, onde reúnem centenas de artistas de diferentes culturas para pintar um grande muro, eventos de grande porte. Também costumo viajar para conhecer outra cultura, outra língua, diferentes pessoas e percepções. Viver momentos únicos que me inspirem", discorre.


João: Acredito que seja o refinamento que gosto de trabalhar nas letras, formas,texturas, riqueza de detalhes do estilo que venho desenvolvendo. 


Artes Urbanas: Muitos veem no grafite uma contravenção da lei. Você já teve problemas com a polícia?

João: Sim, quando estava pintando sem autorização em bens públicos e privados. Mesmo realizando um trabalho de arte, sem permissão não teve conversa. Fui encaminhado à delegacia, onde geralmente assinamos um termo circunstanciado por tal atitude, tendo que comparecer em juízo e posteriormente pagar cesta básica ou serviço comunitário. Hoje em dia, não diria que é perigoso grafitar em Florianópolis, mas sujeito a ser encaminhado a delegacia sem dúvidas. 


Crédito: ArtesUrbanas.com
Artes Urbanas: O grafite evoluiu não apenas nos traços e técnicas, como também na aceitação. Como você vê o grafite daqui 10 anos?

João: Cada vez mais presente nas ruas, muita gente nova começando.  Está cada vez mais fácil ter acesso à informação. Hoje em dia você compra os materiais específicos e se quiser faz oficinas para aprender. Com a evolução da comunicação, principalmente da internet, é possível entrar em contato com artistas, galerias,  clientes e admiradores do mundo inteiro. Na questão comercial do grafite tratado como decoração, creio que a procura também será maior e em diferentes vertentes, design, decoração e criações em geral. É o movimento de arte contemporânea que mais cresce no mundo.


Artes Urbanas: Você tem uma empresa que de certa forma é voltada para o grafite. Mas é possível viver apenas da arte hoje?

Crédito: ArtesUrbanas.com
João: Sim é possível, apesar de ser muito difícil. Primeiro o artista tem que ser altamente capacitado, deve haver muita determinação e um forte leque de contatos que possam vir a ser clientes. Vivemos em um país de terceiro mundo, onde a valorização da arte em geral não é das melhores. Eu sou artista mas não vivo de grafite, trato como um hobby, uma diversão, porém vivo em função da arte e uso dela quando surge algum trabalho. Em contra partida, minha renda real vem da distribuição nacional de uma marca Australiana de tintas spray, a IRONLAK.

Artes Urbanas: E quanto você gasta, em média por mês, para fazer seus trabalhos como hobby?

João: O grande diferencial é que tenho fácil acesso ao material, já que eu mesmo realizo a importação. Isso é o fator que faz com que eu grafite muito, pois consigo comprar o spray com um valor muito mais barato que no mercado convencional. Acredito, que em média invisto mil reais.

Artes Urbanas: O que diferencia o seu trabalho dos demais?

Os trabalhos do artista nem sempre agradam, segundo ele, nunca teve que refazer uma obra, mas o dono de um muro não gostou e simplesmente apagou o desenho, " ele nunca mais quis um grafite" revela João, que ainda nos diz qual de suas obras mais lhe marcou "Uma das peças que mais gosto é essa aqui, composição das cores, nesse (foto abaixo) eu fiz um personagem, coisa que não tenho o hábito de fazer. Gostei desse sentimento de superação e do impacto."

Crédito: Arquivo João Vejam
Artes Urbanas: Você pratica o free style, como é essa modalidade de grafite? E quais são as outras?

João: Sim, é uma criação sem nada pré-determinado, sem esboço. Apenas começo a fazer e vai fluindo naturalmente, criando na hora.  Há vários termos na linguagem do grafite. Quando feito com permissão, chamamos de produção ou painel. Já o sem autorização, de forma ilegal, é denominado de Bomb. Essa atitude (do bomb), é na maioria das vezes o throw-up, que em uma tradução livre para o português, significa vômito. Tratam-se de letras simples, sem muito cuidado estético, com poucas cores e pintadas rapidamente, por isso o apelido. O 3D, como o nome já diz, são as letras que remetem ao estilo gráfico computadorizado, tridimensional e com vários planos. O Wild style (letras estilizadas) são palavras trançadas e enroladas uma nas outras. 

Para João, o cenário e a evolução da atividade em Florianópolis está em plena ascensão. Porém, poucos criam artes de alta qualidade e estilos únicos. "Graças a essa originalidade, somos reconhecidos mundialmente. No universo do grafite este é um fator que determina o trabalho ser bom ou ruim. Você consegue identificar um artista apenas por seus traços".

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